sábado, 3 de março de 2012

O Poder de Nossas Palavras

Antes de conhecer a Cristo, eu me interessa muito por leituras sobre  “O Poder Cósmico  da Mente”, “O Poder do Subconsciente”,  Joseph Murphy era um dos meus escritores prediletos. Hoje conhecendo a VERDADE, percebo que o motivo deste tipo de leitura encantar muitas pessoas e, inclusive pessoas com certo nível de cultura, é porque diz algumas verdades.  Uma destas verdades é sobre o poder da palavra. Aquilo que falamos exerce um grande poder sobre nós e aqueles que nos ouvem.
Com nossa língua podemos matar ou salvar uma vida. Podemos encher de esperança um coração desconsolado, ou lhe incentivar a mergulhar de cabeça num poço de depressão profunda. Tudo com simples palavras.

Certo dia, ainda antes de conhecer a Cristo, eu estava em um ônibus muito cheio e havia um homem desorientado e muito aborrecido gritando e xingando. Eu era bem jovem e muito espontânea e quando percebi estava dizendo para aquele homem, que ele estava certo, que o transporte era muito ruim mesmo, pena que ali ninguém poderia mudar aquilo. Só quando estava falando foi que dirigi meu olhar para ele, então vi um homem com o rosto todo sujo e com aparência bem transtornada que mudou para serena ao perceber que alguém lhe ouviu, lhe dirigia a palavra e lhe dava razão. Foi algo incrível, pois ele passou de transtornado e nitidamente próximo a cometer uma violência, para calmo e sereno e seguimos o resto da viagem em total silêncio.

Também observei que uma pessoa alcoolizada nem sempre se lembra do que disse, mas muitas vezes se lembra da ofensa que o outro lhe fez. Imagine a situação, a pessoa bebe, lhe ofende profundamente, e quando você finalmente explode e lhe diz apenas duas palavras, será aquilo que ela lembrará. Então todos os minutos ou até horas que você “agüentou” aquelas ofensas de forma calada, todo aquele esforço se foi em menos de um minuto.

É muito gratificante termos boas palavras quando um amigo nos procura em sua aflição, pois assim conseguimos lhe tranqüilizar, lhe dar animo e ainda que não saibamos lhe orientar a tomar uma decisão, só o fato de conseguirmos lhe trazer paz e tranqüilidade já será de grande ajuda, pois com calma é que conseguimos refletir melhor sobre uma escolha ou decisão. Mas, quando estamos aflitos e vamos até um amigo para desabafar e este ao invés de nos acalmar reforça nossa indignação aumentando nosso desespero, isso é terrível, pois intensifica ainda mais o problema e pode nos levar a tomar atitudes passionais e nos arrependeremos mais tarde.

Isto me fez lembrar uma amiga que chamarei de Clara. Certo dia seu marido esqueceu o celular em casa e ela leu uma mensagem que dizia: “Você é demais! Muito bom mesmo! Mas, cuidado não deixe  a Clara perceber senão ela me mata.” Só deu tempo dela ver quem enviara a mensagem, era sua grande amiga Luiza (nome fictício), e logo o motoboy de seu marido estava pegando o aparelho para devolver ao dono. 

Clara perdeu o chão, como seu marido poderia lhe trair com sua grande amiga. No momento Ela queria ir atrás, discutir, brigar, mas resolveu ir até a casa de Madalena (outro nome fictício). Ali ela contou tudo. O problema era que Madalena era muito amargurada por ter sido inúmeras vezes traída, esta ao invés de acalmar a amiga desconfiada para que refletisse antes de tomar como certo algo duvidoso, logo lhe foi “transferindo” toda sua fúria, sua revolta, dizendo que todos os homens são assim mesmo, mas que ela não deveria ser bobinha e muito menos deixar que o marido e a amiga lhe fizesse de tola. Ela deveria se vingar. Fazer os dois sentir o mesmo que ela estava sentindo.

Clara era bem novinha, inexperiente e poucos anos casada, enquanto Madalena era mais velha e já havia sido casada por duas vezes, então Clara achou que deveria se vingar mesmo. Então Clara procurou o namorado de Luiza (porque estavam separados) e como era muito bonita, não teve muita dificuldade em seduzi-lo e Madalena tirou foto dos dois se beijando. Isso levou alguns dias e quando chegou sábado a tarde, Clara foi até Madalena para buscar as fotos reveladas e ao chegar a sua casa, logo ao abrir a porta seu marido estava de frente dela e ela disse: “Você pensa que sou bobinha, que sou otária, pois não sou, eu sei tudo sobre você e Luiza, e veja estas fotos, eu já me vinguei dos dois, beijei muito o Carlos, e agora? Como se sente?”.

Nesse momento alguém acende a luz, Luiza estava ali junto com alguns outros amigos. Então Clara percebeu uma decoração especial, o marido com passaportes nas mãos e todos com olhos estatelados foram saindo, um por um, sem dizer nada, apenas Luiza foi ver as fotos e o marido sentou e chorou. Clara então percebeu como foi tola e precipitada. Depois de saber que a amiga Luiza apenas ajudou o marido a se lembrar do 3º aniversário de casamento, lhe informou sobre o grande sonho de Clara de conhecer a Europa e ajudou a organizar um jantar surpresa, Clara tentou corrigir o erro, mas era tarde demais. Perdeu uma grande amiga, um excelente marido e sua amizade com os outros que estavam ali, nunca mais foi a mesma.
Temos de entender a responsabilidade que temos ao dizer algo para alguém, principalmente em momentos tão importantes, mas nem sempre nos sentimos preparados para isso, por isso é importante cuidar-se. Alimentar o coração com bons sentimentos e a alma com a Palavra de Deus, pois o que sai de nossa boca é o que tem em nosso coração.

 O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.” Lucas 6:45


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